tag:blogger.com,1999:blog-72505086482813317862024-02-20T09:29:42.093-08:00anti-acordo ortográficoBlog de resistência destinado a defender a nossa língua portuguesa tal como ela é escrita e falada em cada país onde é praticada. Contra aqueles que a querem adulterar e submeter a escuros interesses politico-económicos é tempo de dizermos basta!!! Chega!!!
NÃO, NÃO, MIL VEZES NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO. MORRA O ACORDO ORTOGRÁFICO!!! ENTERRE-SE O ACORDO ORTOGRÁFICO!!!anti-acordo ortográficohttp://www.blogger.com/profile/14223222042936932607noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-7250508648281331786.post-89279046689670428642010-01-01T15:45:00.000-08:002010-01-01T15:46:20.469-08:00lamento para a língua portuguesalamento para a língua portuguesa <br /><br />não és mais do que as outras, mas és nossa, <br />e crescemos em ti. nem se imagina <br />que alguma vez uma outra língua possa <br />pôr-te incolor, ou inodora, insossa, <br />ser remédio brutal, mera aspirina, <br />ou tirar-nos de vez de alguma fossa, <br />ou dar-nos vida nova e repentina. <br />mas é o teu país que te destroça, <br />o teu próprio país quer-te esquecer <br />e a sua condição te contamina <br />e no seu dia-a-dia te assassina. <br />mostras por ti o que lhe vais fazer: <br />vai-se por cá mingando e desistindo, <br />e desde ti nos deitas a perder <br />e fazes com que fuja o teu poder <br />enquanto o mundo vai de nós fugindo: <br />ruiu a casa que és do nosso ser <br />e este anda por isso desavindo <br />connosco, no sentir e no entender, <br />mas sem que a desavença nos importe <br />nós já falamos nem sequer fingindo <br />que só ruínas vamos repetindo. <br />talvez seja o processo ou o desnorte <br />que mostra como é realidade <br />a relação da língua com a morte, <br />o nó que faz com ela e que entrecorte <br />a corrente da vida na cidade. <br />mais valia que fossem de outra sorte <br />em cada um a força da vontade <br />e tão filosofais melancolias <br />nessa escusada busca da verdade, <br />e que a ti nos prendesse melhor grade. <br />bem que ao longo do tempo ensurdecias, <br />nublando-se entre nós os teus cristais, <br />e entre gentes remotas descobrias <br />o que não eram notas tropicais <br />mas coisas tuas que não tinhas mais, <br />perdidas no enredar das nossas vias <br />por desvairados, lúgubres sinais, <br />mísera sorte, estranha condição, <br />mas cá e lá do que eras tu te esvais, <br />por ser combate de armas desiguais. <br />matam-te a casa, a escola, a profissão, <br />a técnica, a ciência, a propaganda, <br />o discurso político, a paixão <br />de estranhas novidades, a ciranda <br />de violência alvar que não abranda <br />entre rádios, jornais, televisão. <br />e toda a gente o diz, mesmo essa que anda <br />por tal degradação tão mais feliz <br />que o repete por luxo e não comanda, <br />com o bafo de hienas dos covis, <br />mais que uma vela vã nos ventos panda <br />cheia do podre cheiro a que tresanda. <br />foste memória, música e matriz <br />de um áspero combate: apreender <br />e dominar o mundo e as mais subtis <br />equações em que é igual a xis <br />qualquer das dimensões do conhecer, <br />dizer de amor e morte, e a quem quis <br />e soube utilizar-te, do viver, <br />do mais simples viver quotidiano, <br />de ilusões e silêncios, desengano, <br />sombras e luz, risadas e prazer <br />e dor e sofrimento, e de ano a ano, <br />passarem aves, ceifas, estações, <br />o trabalho, o sossego, o tempo insano <br />do sobressalto a vir a todo o pano, <br />e bonanças também e tais razões <br />que no mundo costumam suceder <br />e deslumbram na só variedade <br />de seu modo, lugar e qualidade, <br />e coisas certas, inexactidões, <br />venturas, infortúnios, cativeiros, <br />e paisagens e luas e monções, <br />e os caminhos da terra a percorrer, <br />e arados, atrelagens e veleiros, <br />pedacinhos de conchas, verde jade, <br />doces luminescências e luzeiros, <br />que podias dizer e desdizer <br />no teu corpo de tempo e liberdade. <br />agora que és refugo e cicatriz <br />esperança nenhuma hás-de manter: <br />o teu próprio domínio foi proscrito, <br />laje de lousa gasta em que algum giz <br />se esborratou informe em borrões vis. <br />de assim acontecer, ficou-te o mito <br />de haver milhões que te uivam triunfantes <br />na raiva e na oração, no amor, no grito <br />de desespero, mas foi noutro atrito <br />que tu partiste até as próprias jantes <br />nos estradões da história: estava escrito <br />que iam desconjuntar-te os teus falantes <br />na terra em que nasceste, eu acredito <br />que te fizeram avaria grossa. <br />não rodarás nas rotas como dantes, <br />quer murmures, escrevas, fales, cantes, <br />mas apesar de tudo ainda és nossa, <br />e crescemos em ti. nem imaginas <br />que alguma vez uma outra língua possa <br />pôr-te incolor, ou inodora, insossa, <br />ser remédio brutal, vãs aspirinas, <br />ou tirar-nos de vez de alguma fossa, <br />ou dar-nos vidas novas repentinas. <br />enredada em vilezas, ódios, troça, <br />no teu próprio país te contaminas <br />e é dele essa miséria que te roça. <br />mas com o que te resta me iluminas. <br /><br />Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"anti-acordo ortográficohttp://www.blogger.com/profile/14223222042936932607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250508648281331786.post-60605672931567396642009-12-31T10:33:00.001-08:002009-12-31T10:33:45.311-08:00Dia nacional de luta contra o acordo ortográficoDia nacional de luta contra o acordo ortográfico<br /><br />Segundo informações que ouvi na rádio, parece que é amanhã que entra em vigor o novo acordo ortográfico, esse maléfico instrumento gerador de polémicas que não cessam de aumentar.<br />Assim, pelas impressões que tenho recolhido, penso tratar-se mais de um desacordo que de um acordo. A prova disso está na adesão ao grupo anti-acordo ortográfico, criado no facebook, e que, em dois dias, ultrapassa já os cem membros, não parando de crescer em cada dia que passa.<br />Não é para menos.Uma banda de infiéis à obra-prima que possuímos, a nossa bela língua portuguesa, tal como a praticavam Eça, Camões, Pessoa, Camilo, Aquilino, Miguel Torga e tantos e tantos outros, decidiu, em nome de uma harmonização linguístivca, deixar-se embalar pela melodia das ninfas dos interesses politico-económicos, tão imprescindíveis ao seu estatuto de grandeza, de supremacia e de vaidades, para encherem o seu próprio ego.<br />A Inglaterra bem como a França não necessitaram de fazer acordos ortográficos com nenhum país anglófono ou francófono respectivamente. <br />Mas nós sim. E sabem porquê? Porque somos um país de intelectuais, um país de doutores. Não se esqueçam que nesta matéria somos o país mais letrado da Europa, aquele que mais DR’S possui ao metro quadrado. Mesmo assim, vamos na cauda. Agora imaginem se não tivéssemos tantos. Seríamos um país do quarto mundo. <br />E são alguns desses doutorzinhos de meia-tijela, que se deleitam no altar da incongruência das suas (in)competências académicas, que sentem a necessidade da fecundação de acordos e leis abstractos, desprovidos de um mínimo de sensatez, porque contrários ao bom senso comum.<br />Amanhã, dia 1 de Janeiro de 2010, ponha a boca no trombone: manifeste, diga de sua justiça, diga não ao absurdo de um acordo que é um óxido enferrujante para a nossa bela língua portuguesa.<br />NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO. SIM AO PLURALISMO DA LÍNGUA PORTUGUESAanti-acordo ortográficohttp://www.blogger.com/profile/14223222042936932607noreply@blogger.com0